Já ouviram falar do Globo da Morte?
Aposto que sim.
É uma das mais emocionantes atrações de um bom
espetáculo circense.
Uns quatro ou cinco motociclistas (favor não
confundir com motoqueiros) participam de um globo gradeado, acelerando suas
máquinas e girando, de forma calculada e cuidadosa, apesar da velocidade,
acelerando a adrenalina da plateia.
Risco calculado. Da mesma forma acontece com os
trapezistas, os quais treinam incansavelmente para o espetacular salto mortal
triplo, quando um dos dois artistas gira o corpo sobre o próprio eixo, em pleno
ar. Risco calculado e com um bom nível de segurança, caso a “pegada” do
companheiro seja falha: haverá, sempre, um anteparo chamado rede, lá embaixo, antes
de o atleta das alturas estatelar no solo do picadeiro. Isso até me traz à
lembrança a fita de cinema “Trapeze”, com Burt Lancaster, Gina Lollobrigida e
Tony Curtis. Se conseguirem pescar em alguma locadora ou site, apreciem.
Bem, voltemos ao risco calculado e incluamos “anjo da
guarda careca”...
Pois é. No domingo passado, primeiro de maio,
seguíamos (eu e Edna Maischberger, minha metade mais preciosa) para um trabalho
a mais, desta vez em Quiririm, para retratarmos um pouco da Festa Italiana.
Via Dutra tranquila, apesar de alguns ônibus de
excursão e caminhões de frete.
Mais ou menos próximo a uma parada de ônibus,
existente defronte a uma pista de equitação, um grupo de “baikeiros” de final
de semana, todos devidamente equipados com seus EPI (equipamentos de proteção
individual), estava ao lado do ponto de parada de ônibus.
Caminhões e ônibus se alternando para a direita e para
a esquerda, no incrível ballet das ultrapassagens.
De repente, minha esposa só tem o tempo de exclamar
um “nossa!”... Uma jovem, também “baikeira” (pelo menos se apresentava trajada
igual aos demais) atravessa a pista, correndo – sem a bike – bem “na cara de um
busão”, em plena descida.
Ato contínuo, já “a salvo”, faz o “pelo sinal”,
visivelmente aliviada. Conseguimos visualizar a cena por estarmos bem mais atrás, com tempo suficiente de assistir à
estúpida cena de loucura.
Loucura, sim senhor. Primeiro, por todos atravessarem
a pista num local inadequado. Deveriam procurar uma passarela, mesmo um pouco
mais distante. Afinal, quem sai para pedalar, precisa pedalar sempre mais um
pouco para não perder a prática...
Loucura, sim senhor, mesmo. Na Via Dutra, pelo menos
em nossa região, a velocidade máxima permitida para um veículo pesado (leiam
ônibus e caminhões) é de 90 km por hora. A mocinha abusada não corria nem a 10
por hora.
Aposto que os parceiros de pedalada ficaram com o
coração na mão, na boca, sei lá aonde... E olha que havia mais uma turminha
esperando para cruzar a rodovia, praticando o mesmo ato inseguro.
Será que calcularam o risco ou se arriscaram sem
calcular? Mais ou menos “tipo”: “só dessa vez não tem perigo”?
Respeito à vida começa quando todos os envolvidos se
respeitam e evitam praticar abusos, sem dar exemplos negativos.
Vale a pena agrupar amigos, planejar passeios,
pedalar... Aliás, guardadas as devidas proporções, pedalar está na moda, até
mesmo pelos lados do Planalto Central.
Por lá, muitas pedaladas sem responsabilidade,
segundo analistas especializados.
Por aqui, prezados "baikeiros",
responsabilizem-se pela segurança individual e coletiva, assumindo a
consciência de que risco calculado é quando todos os envolvidos (favor incluir
motoristas de ônibus e caminhão) planejam a mesma ação, com os mesmos
conhecimentos e sistemas de comunicação do grupo.
Do contrário, alguém pode ser arrastado sobre o
tapete de asfalto. Daí, não vai dar tempo nem de fazer o “pelo sinal”.
Sem contar que, nestes casos de abuso, qualquer anjo
da guardam já careca, prefere ficar bem antes do guard rail.
Afinal de contas, mesmo com asas e imunidade, nenhum
anjo vai querer ser cúmplice de coisas erradas, como atravessar correndo à
frente de um ônibus a mais de 90 por hora. Sim, porque, mesmo limitada, a
velocidade também não é respeitada...
É a minha Opinião.
Marcos Ivan de Carvalho
MT 36.001
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