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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

ATENDER MELHOR PARA ENGORDAR AS VACAS MAGRAS

(ou: Mudar ferramentas, para não precisar começar tudo novamente)

Algumas vezes já fizemos referência a um vídeo institucional do Bradesco, cujo bordão é muito válido, apesar de – no contexto – a instituição bancária não merecer todos os confetes da festa...

É preciso entender, para atender”, frase focada em mostrar, num todo, a essência da boa venda de quaisquer produtos ou serviços.

Num tempo de “crise”, quando todo mundo não está com o burro na sombra e até a água fresca nos falta nas torneiras do cotidiano, qualquer tipo de incomodo pode promover o desagrado das pessoas. Claro existirem as pacientes ao extremo, mas nos referimos, neste momento, àquelas tantas cuja oportunidade de apreciar produtos, nas lojas da cidade ou até mesmo do nosso único shopping, se torna exígua por força da abordagem “de supetão”.

Basta a pessoa adentrar alguns passos em qualquer loja e já vem alguém com a ensaiada “olá, posso ajudar?”.
Ajuda muito quem não atrapalha.

E esse tipo de abordagem pode ser um tacho de água fria na decisão de compra do freguês ou do cliente.

Daí você levanta a “lebre”: “Ué, freguês e cliente não são a mesma coisa?”.

Então, modestamente, peço licença para citar o articulista da Exame, Ricardo Araújo. O moço, mesmo respeitando a função de sinônimos, difere freguês como sendo aquele o qual, mesmo quando o produto ou serviço não o agradam plenamente, muito menos o preço, continua comprando do fornecedor por amizade ao mesmo, simpatia à marca ou qualquer outro fator de ligação.

Já o cliente, para Araújo, é aquela pessoa exigente, ponderada, capaz de se decidir em mudar para o concorrente caso o produto ou serviço não atendam suas expectativas, o preço seja diferente ou o atendimento seja desagradável. Daí, o cliente muda de fornecedor, mesmo em se considerando possível amizade com o antigo fornecedor.

Então, atendimento é isso: entender a necessidade, entender as diferenças entre pessoas, entender o valor do direito de escolha, entender, entender, entender. Principalmente entender de conter a ansiedade dos vendedores. comissionados ou não.

É urgente uma reconsideração sobre a técnica de abordagem, para o fornecedor não levar bordoadas com a desistência de compra por parte do consumidor.

Olá, posso ajudar? Qualquer coisa, meu nome é Jéssica!”. O cliente, ou até mesmo o freguês, quando entram num estabelecimento, acreditam merecer o conforto de passear pelos corredores e deixar seu bom gosto se manifestar.

Ninguém entra em um estabelecimento com olhos fechados. Simplesmente por ter necessidade de satisfazer, pelo menos, sua curiosidade.

Alguns vendedores, inclusive, têm a péssima mania de aumentar a frase de abordagem, mais ou menos assim: “Olá, posso ajudar? Veio gastar um pouco?”.
Daí, figurativamente, dá vontade de cair da cadeira de tanto rir.

Se alguém vai a um estabelecimento comercial, não vai para gastar. No mínimo, vai para apreciar a qualidade e estimar os preços. Não há, no vocabulário moderno brasileiro, a conjugação do verbo gastar, por motivos exacerbadamente óbvios.

Respeitamos o trabalho de cada vendedor, como acreditamos na positiva política interna de todas as empresas.

Transparece, salvo erro de interpretação, o desespero dos empregados em produzirem recursos de atingirem metas, motivo de assediarem imediatamente cada pessoa. Aliás, metas são verdadeiras ferramentas de pressão, pois são reajustadas quase todos os meses. Não deveriam, inclusive, ser fator de avaliação de desempenho e produtividade.

Numa loja de calçados, por exemplo, peça para experimentar um produto qualquer, já determinando modelo, cor e tamanho. O atendente vai lhe mostrar, pelo menos, três modelos e cores diferentes antes do qual foi solicitado. Segundo uma vendedora de uma loja de shopping, a gerência obriga isso. Os vendedores são orientados a voltarem do depósito com, pelo menos, quatro caixas de sapatos.

Particularmente já aviso a quem me atende sobre o modelo desejado. Se não houver disponibilidade no estoque, nem deve trazer outras opções. Seria perda de tempo das duas partes.

Então, em tempos de vacas magras, quando se busca tirar leite de pedras, bom seria, para os dirigentes lojistas, apreciarem um formato mais simpático para o receptivo aos clientes. Vale lembrar a possibilidade de o concorrente já ter percebido essa “janela” e sair na frente com as mudanças.

Só para fechar: pipoca não é brinde de loja interessada em manter a fidelidade do cliente. É bom pensar na formatação de preços, adequação do atendimento, upgrade na programação visual.

Além disso, preços finalizados nos famigerados 99 centavos devem ser abolidos. O arredondamento não seria um modo pelo menos deselegante de tirar mais dinheiro do cliente, pelo simples fato de o mesmo ser pessoa pacata e não gostar de discussões com o caixa?

É a minha Opinião.

Marcos Ivan de Carvalho, Mtb 36.001
Jornalista Independente.



terça-feira, 16 de agosto de 2016

A VERDADE DAS CRIANÇAS DE VERDADE E A MENTIRA DOS FALSOS MENINOS DE BEM

Alberto amolava uma faca para churrasquear com a familiar e amigos. Passava o “fuzil” na lâmina com tanto cuidado, atento a cada movimento, para não estragar o fio e não se ferir, logicamente.

Terminada a operação “fio da navalha”, orgulhoso de seu trabalho, o moço mostrou para a filha como ficou “bão demais” o facão amolado.

Para demonstrar a eficiência, inadvertidamente passou o polegar direito sobre a área cortante do objeto. Adivinhem o que aconteceu?

Maria, do alto de seus sete anos de idade, arregalou os olhos e berrou, perplexa: “Papai é muito burro, gente! Vai sujar de sangue a carne do churrasco”!

Silvinho e seus coleguinhas de maternal corriam atrás de uma dessas bolas de plástico, que ainda existem por aí, com a assinatura do Rei do Futebol. O menino era um verdadeiro “mini The Flash” e fazia malabarismos com a bola nos pés.

Súbito, num dos cantos do gramado, parou e avisou aos amigos: “Cuidado, um caco de “vrido”! As crianças, olhos arregalados, correram para conferir a informação.

A professora acariciou a cabeça do heroizinho o qual, sobressaltado, acrescentou: “Podia furar a bola, né tia”?

Matheuzinho chegou da escola todo feliz da vida. Tinha atividade para desenvolver em casa, com a mamãe.

Esta, pacientemente, se assentou no sofá, enquanto o garoto se ajeitava na cadeirinha e na mesinha “de fazer atividades de casa”.

Uma entrevista com a mamãe! Esta era a atividade.

Após uma série de perguntas sobre nome, onde nasceu, nome do pai e da mãe da mamãe, que esta lia para depois responder, veio a etapa do “gosto não gosto”.

Matheus, agora aqui está escrito “Qual é o prato que a mamãe prefere” O que eu escrevo”?

Esperto e atento, sem titubear, o menino disparou: “Prato de vidro, mãe”!

Assim é a maneira sincera, desarmada e aparentemente ingênua de as crianças falarem a verdade. Aparentemente ingênua sim, mas não pejorativamente.

A ingenuidade das crianças é o seu mais precioso documento de estarem a dizer sobre o mundo, dentro de sua ótica de não conhecedores da maldade, da arrogância, da pouca ou nenhuma fraternidade.

As crianças se expressam por conta do conhecimento adquirido no grupo social família, no grupo social escola e no grupo social rua ou bairro.

Não se ostentam donas da verdade. De verdade, se sentem muito à vontade para dizerem o que sentem, pois não tiveram, ainda, o inevitável contato com os olhares de falsidade, os sorrisos de deboche ou a fala compromissada com o engodo, a enganação.

Diferente de muitos “meninos grandes”, munidos de seus estilingues do desamor, arvorados em sua mania de poder mais para chorar menos.

Meninos grandes estão “saindo das tocas” nestes tempos de corrida eleitoral, buscando mostrar a cara, falar promessas, gastar saliva e sola de sapatos em busca de admiradores.

Alguns meninos grandes contaminados com o que saiu da caixa de Pandora, não têm o escrúpulo de respeitar a simplicidade de pessoas de boas intenções, inseridas no contexto de seu público alvo: eleitores.

Lógico está a necessidade de destacarmos a boa índole da maioria dos candidatos, mas não há como evitar alertarmos para os interesseiros de plantão, capazes de atravessar a cidade, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, quantas vezes necessário for, simplesmente para estarem na direção das lentes dos repórteres fotográficos deste ou daquele veículo de comunicação ou buscando chamar a atenção, discretamente, de pessoas as quais podem ser úteis pelo menos no dia das eleições. Sem contarmos os “papagaios de pirata”...

Aliás, piratas vêm à tona nestes tempos de afundar navios de esperança em nome dos interesses próprios, não muito decentes ou claros...

Existem alguns meninos grandes com enorme experiência de bons resultados nas urnas e, atualmente, ocupando uma cadeira no Legislativo ou um cargo na Gestão Municipal. Aqui já é possível perceber quem manda, quem obedece, quem mente, quem desrespeita, quem incentiva e quem subestima a cidadania anônima que os elegeu.

Conheço administradores públicos de boa vontade, estragados em sua administração por conta de ocupantes do cabide político formatado como gratidão pelo apoio durante a batalha das urnas.

Esses “de confiança” ou “comissionados” podem jogar fora toda a confiança que o povo tem num Chefe de Executivo. Sem contarmos os ocupantes dos mesmos cargos na área Legislativa.

Esse povinho aí, ensimesmado de todo tipo de falsa dedicação, quer mesmo é empurrar com a barriga um tempo de quatro anos, faturando alto e quase sem deixar rastros de bons serviços prestados à comunidade, mesmo sabendo que seus polpudos ganhos saem das gotas de suor (e lágrimas) de muita gente humilde e honesta de verdade.

Para um equilibrista, num circo, a tarefa é não deixar cair qualquer coisa que esteja manipulando para entreter ao público. O administrador público não pode deixar que componentes de seu time manipulem a opinião ou o entendimento do público, iludindo-o sobre a verdade, derrubando os sonhos de cada um.

Millor Fernandes recomenda, em uma de suas célebres frases, evitar falar sem conhecer o estoque de verdades. Ou seja, aquele que se fundamenta em interesses vagos, sem consistência, pode incorrer em mentiras, pensando estar falando verdades.

Em tempos de palanques ou “caminhões de campanha”, há quem se altera, berra, pula, gesticula, critica o adversário. Tudo para chamar a atenção dos possíveis ouvintes de comício.

Uma amiga, nas eleições municipais passadas, confidenciou estar pensando em gravar todos os comícios e, depois, publicar um livro de piadas. Eu recomendaria escrever um dossiê das “promessas pra boi dormir”.

Certo cantor popular brasileiro afirmou, no começo de um show, que o “boi povo não sabe a força que tem, por isso quase nunca resiste à possibilidade de abate”.
Para você pensar: antes de digitar qualquer número na urna eletrônica, decida-se pelo valor que este mesmo número representará em sua vida, nos próximos quatro anos.

Afinal, não vale a pena “votar pra zuar”, “votar em qualquer um (um também já é número)”, “votar de qualquer jeito, já que ninguém vale nada”...

Confirme sua vontade, quando o tilintar da urna avisar que seu voto foi validado. (Nossa! Tilintar é coisa de caixa registradora!!!).

Também é tempo de pesquisas.

Muita gente vai querer saber o que você pensa sobre os candidatos. Isso porque o voto é secreto.

Resposta sugerida: vou votar normais honesto.

O encarregado da pesquisa vai pensar que é o candidato para o qual trabalha e vai parar de roubar seu precioso tempo.

Essa é minha Opinião.

Marcos Ivan de Carvalho – Mtb 36.001
Jornalista Independente.