Vi essa frase num vidro traseiro de automóvel, dias atrás.
Lembrei-me do matemático e trovador João Martins de Almeida.
O mestre brincava com a pontuação das frases, em plena aula de Matemática, para nos mostrar como uma simples vírgula pode mudar uma história.
Vejam:
1) JÁ, DEU TUDO CERTO.
2) JÁ DEU, TUDO CERTO.
3) JÁ DEU TUDO, CERTO.
4)JÁ, DEU TUDO, CERTO..
Daí, pelo menos nesses exemplos, é possível - ainda, brincar com os pontos: final, exclamação ou interrogação.
Claro está eu não pretender ser ocupante de uma cadeira numa academia de imortais, conhecedores profundos do idioma pátrio, em todas as suas particularidades. Aliás, alguns patronos de cadeiras de imortais, já passados para o transcendental espaço dos espíritos, deixaram-nos belos exemplos de como bem redigir.
Alencar, o José de Iracema, por exemplo, de certa feita afirmou sobre não existir erros em redação mas, sim, maneiras diferenes de redigir. Guardadas as normas, isso é plenamente válido.
Em Pindamonhangaba, um respeitável acadêmico da Pindamonhangabense de Letras é o José Lélis Nogueira. Ensinou-me a "desQUEificar" os textos, minimizar o volume de "ques" nas frases. Muitas vezes essa partícula só provoca gordura no escrito. O moço até publicou uma obra desqueificada...
Em publicidade, assim como na poesia, acontece a licenciosidade literária, para efeito criativo.
Algumas vezes, entretanto, o arranjo sai como tiro de garrucha antiga: atinge o redator, não o leitor.
Já citei, aqui, o exemplo de uma camiseta à venda na rede de lojas Di Gaspi: continha um texto em inglês com a primeira palavra redigida erradamente: "PREASE", em vez de "PLEASE".
Agora, via email, acabo de receber um anúncio promocional para venda de presentes para os pais.
Peça publicitária comum para veiculação em internet.
Entretanto, atentem para a descrição das utilidades do KIT anunciado:
Soaria melhor se o Redator atentasse para o detalhe de ser, o aparelho, aparador de pelos das narinas e orelhas.
Qual pai gostaria de ser chamado de orelhudo ou narigudo pelos próprios filhos, ou esposa, quando não em momentos de descontração familiar?
Assim como a confusão no texto referido, muitos outros anúncios ou cartazes contêm esse tipo de pecado. Talvez não mortal, muitas vezes pejorativo para o anunciante.
Querem outro exemplo?
Faixa instalada em uma das barracas do Festival Junino, em Pinda:
Aqui, pecados que poderiam ser evitados pela empresa responsável em confeccionar as faixas e, logicamente, pela pessoa a qual encomendou os serviços de impressão.
Mas, daí, já é outra história.
Em se falando de publicidade, recomendável seria o setor competente da Municipalidade fiscalizar não só a colocação de faixas. Carece uma fiscalização quanto à remoção após o prazo de validade. Muitas vezes acontece de uma campanha terminar e a faixa ficar em exibição. Existem regras para isso. Ou não?
Salvo engano, até deve ser vigente uma Lei Municipal a respeito de faixas, cartazes, panfletagem.
O vereador autor estaria preocupado em saber sobre estar ou não sendo respeitado seu instrumento de organizar melhor a cidade?
É a minha Opinião.
Marcos Ivan de Carvalho, MTb 36.001
Jornalista Independente.