(Professor Milad daria zero para o Marco Zero)
Começar um artigo opinativo sempre foi, para mim, um modo de recompor algumas lembranças dos tempos de juventude.
Dias atrás falei, em meu blog de Opinião, sobre os tempos de bancos escolares, quando os professores davam tudo de si para transmitir o que sabiam, com a rigidez de um meste e a ternura de um pai.
Pois então, citei no comentário anterior, o modo como o professor José Wadie Milad nos ensinava a desenhar. Principalmente as “Rosas dos Ventos”.
Desenharam no papel, com as coordenadas necessárias, a rosácea batizada, depois, de Marco Zero de Pindamonhangaba, substituindo aquele prisma fincado no chão de terra da Praça Monsenhor Marcondes. Aquele pedacinho de cimento e pedras o qual, pelo que consta, foi jogado fora.
Domingo passado, 10 de julho, dia de aniversário de Emancipação Político-Administrativa do município, algumas autoridades até pisaram, solenemente, sobre o tal Zero da Praça, perfiladas para os hinos e hasteamento das bandeiras.
Acima, Marco Zero no domingo, 10 de juho, com autoridades em ato cívico, (Foto: Marcos Ivan)
(Ah! Ia me esquecendo. A cerimônia foi aberta pela encarregada de fazer os anúncios, convidando os presentes a assistirem ao ato. Se estavam lá, paradinhos e esperando, logicamente era para assistirem ao ato cívico!).
Então, anunciada a abertura, o evento foi interrompido para uma apresentação cultural. Pipocas! Se era um evento cívico e cultura faz parte da formação cívica, porque interrompe-lo para uma intervenção cultural? Não merecia fazer parte do protocolo?
Atriz profissional durante apresentação cultural, quando do break havido no roteiro do ato cívico. (Foto: Marcos IVan)
Atriz profissional durante apresentação cultural, quando do break havido no roteiro do ato cívico. (Foto: Marcos IVan)
Bem, continuemos sobre o Marco. Aliás, comentando a respeito do mesmo, pois sobre o Marco, até amanhã (pelo menos) somente os pedreiros da recuperação.
Pedreiros da recuperação?
Pois é... Alguém aprovou uma obra, pelo que consta em comentários nas redes sociais, orçada em mais de R$ 250 mil e a mesma foi entregue incorreta, errada, além de mal acabada.
Passei por lá nesta quinta-feira, 14 de julho, e avistei dois pedreiros metendo a maquita e talhadeiras no piso recém-construído...
Claro que os avistei, pois os tapumes que escondiam a arte foram removidos para entrega ao público antes de terminar o prazo liberado para inaugurações. Cremos não ter havido tempo de “tapumar” o erro para consertos...
Detalhes do Marco Zero precisarão ser remanejados. Na foto, operário utilizando a ferramenta maquita (ou Makita). (Foto: Marcos IVan).
Os trabalhadores não utilizavam as necessárias máscaras contra pó e um só utilizava óculos de segurança. Ato inseguro ou não tinham EPIs disponibilizados pela empresa responsável?
Qual o defeito? AS COORDENADAS GEOGRÁFICAS INDICANDO MUNICÍPIOS VIZINHOS E OUTROS DETALHES PRÓPRIOS DE MARCOS ZEROS ESTAVAM EM LOCAIS ERRADOS!
Outro detalhe da semi-destruição do que estava pronto, porém errado. (Foto: Marcos IVan)
Seria cômico, se não fosse escandaloso!
Quem teria feito a marcação para o trabalho dos operários? Sim, alguém deve ter marcado bobeira ou não se orientou direito para orientar os que precisavam de orientação para não se desorientarem no momento de “plantar” no chão as setas de orientação!
Perceptível, na expressão dos dois trabalhadores, o ar de desconsolo pela necessária semi destruição de uma arte a qual deveria ser pétrea desde o início...
Um passarinho verde, num voo raso, cochichou em meu ouvido que alguém, quando era para terminar a obra, passou por lá, dez da noite mais ou menos e autorizou finalizarem o serviço com base na planta...
Dez da noite, com base na planta, sem medições?
Não utilizaram uma simples bússola, auxiliada pela tecnologia dos GPS para anotar, no piso ainda cru, a direção de Campos do Jordão, por exemplo?
Creio que o cidadão que denunciou o erro deve estar com as orelhas ardendo de tanto falarem dele.
(Por que tinha que falar?) (Não podia deixar para mais tarde?) (Dedo duro!) Algumas expressões possíveis de estarem despejando entre murros no ar ou com os dentes cerrados...
Pelo tempo no qual aquela obra ficou cercada por tapumes era, sem dúvida nenhuma, motivo de admiração de todos, caso o preço informado não fosse exorbitante.
Agora, com esse estúpido erro de coordenadas, como fica o responsável pela obra? A planta estaria errada ou a leitura do desenho foi um imperdoável engano?
Como fica o responsável pela aprovação da obra, em nome da Administração Municipal ?
Em tempos de pré-reta final antes da campanha eleitoral oficial, parece um tiro de canhão no pé inteiro, já que vai ser um verdadeiro jogo de xadrez descobrir o responsável direto.
Haverá alguma cabeça na bandeja, senhor mordomo?
Ih! Não queiram culpar o mordomo. Sherlock Holmes conseguirá descobrir o responsável.
Tudo bem, daí, quem “paga o pato” pela reparação?
Abel Padeiro, meu pai, nos ensinou: a batata tem seu tempo de assar. Quem tem pressa, ou come cru ou quente...
A batata estaria assando lá pelos lados da Prefeitura?
O povo merece respeito, gente!
Arrumar a casa pode demorar mais um pouco, comer o pó da pressa não é justo para o cidadão que passa o tempo todo torcendo por dias melhores.
Já pensaram o responsável pela obra tentando se orientar? Estaria perdido...
Merece esclarecimento. Além de um necessário pedido de desculpas ao povo. Há, inclusive, quem indague se isso “não dá Ministério Público”.
É a minha Opinião.
Marcos Ivan de Carvalho, MTb 36.001
Jornalista Independente
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