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terça-feira, 19 de julho de 2016

JOGOS REGIONAIS "DAQUELES TEMPOS" E DE AGORA

Velocidade e precisão.
Parecia uma verdadeira linha de montagem.
Era um time de dedicados amigos do esporte e fraternos filhos de Pindamonhangaba.
Tudo era planejado, calculado, decidido em equipe.
Redatores, datilógrafos (naquele tempo eram máquinas Remington, Facit e até uma Adler, cedida por empréstimo pelo Tulio Campello.
Papel hectográfico, álcool absoluto (96°), papel sulfite (lá da Cícero Prado), grampeadores, canetas bic...
Garrafas e mais garrafas de café. Tínhamos uma cozinha, pois o bar mais próximo, do Arthur, fechava às 22h e nós tínhamos trabalho até, no mínimo duas da manhã.
O quartel general era uma parte da residência do Zé Lélis Nogueira.
A tropa de choque chegava um pouco antes das 21h, já para ir preparando as matrizes para datilografia. Ten Oswaldo Marcondes César encarregava-se de abastecer os mimeógrafos, ajustando as esponjas, ventilando as folhas de sulfite.
Percy Lacerda, eu, Diberê (João Carlos Nogueira de Sá) assumíamos a datilografia das folhas de resultados já chegados às nossas mãos.
Piorino Filho, Jota Marcondes, Alarico Filho Tico do Fórum e mais uma turma procediam às redações de comentários, organizavam as tabelas de disputas.
Já havia outro grupo a postos, para sair em disparada, entregando os boletins às diversas delegações hospedadas em escolas da cidade. Zé Rabello, Danilo Cozzi, em seus carros, além de outros voluntários com Lambrettas ou até Mobyletes se responsabilizava em fazer chegar o material informativo às mãos dos coordenadores de cada delegação.
A equipe mais numerosa era a de Santos, a que havia se hospedado na Fazenda Coruputuba. Além de mais numerosa, era a mais tecnicamente bem preparada. Isso não queria dizer muita coisa, principalmente para o vólei masculino de Pinda, treinado pelo competente e admirado Alfredo Una de Andrade.
Quando o sexteto do Una entrava na quadra, ainda aquela lá de perto da linha do trem, dava trabalho para as “grandes” do interior do Estado. Aliás, a quadra coberta (recentemente reinaugurada) comportava o calor de uma torcida vibrante, em todas as disputas.
Fruto do sonho de Manoel Carriço e um grupo de abnegados voluntários da Comissão Municipal de Esportes, a Quadra Coberta foi palco de incríveis decisões de vólei e basquete, principalmente. Tinha a denominação de “Manoel Carriço Vieira”. Não sei porque trocaram o nome daquele ginásio da praça Melvin Jones.
Estávamos sediando, em 1971, a edição número dois do “Jogos Regionais do Vale do Paraíba e Litoral”.
A Comissão de Imprensa, da qual orgulhosamente eu fazia parte, assim como todas as outras comissões, marcou época na história dos Jogos. Nâo havia tempo ruim e todos se entendiam, até mesmo quando havia algum desentendimento passageiro.
O orguho de fazer bem feito e servir a uma causa justa, com o intutio de prestar o melhor serviço da cidade às outras cidades, sempre nos motivava a melhor fazer em cada instante de trabalho voluntário.
Antes do evento em si, foi preciso desenhar o símbolo dos Jogos. Ideia vai, ideia vem, professor Una – abenegado esportista e dedicado filatelista, apresentou um desenho de um selo comemorativo a um evento esportivo, salvo engano de meus arquivos mentais, realizado na França. Decidimos pela ideia.
Fiquei encarregado de elaborar a arte da ilustração, mas como eu não era bom desenhista de letras, o encargo desta parte foi dado ao exímio letreirista Alarico Corrêa Leite Filho. O desenho foi utilizado nos uniformes dos atletas, nos terninhos das recepcionistas, nas flâmulas, capas de relatórios, bandeiras comemorativas. Ficou “nos trinques”.
Viradas as páginas do tempo, por mais algumas vezes Pindamonhangaba sediou os Jogos Regionais.
Reprodução da arte desenvolvida por mim e pelo Alarico Filho, a qual também serviu para montagem da capa de um livro a respeito dos Jogos Regionais de 1971, escrito pelo acadêmico e parceiro de trabalho naquela oportunidade, Dr. Francisco Piorino Filho.

Este ano, mais uma vez, o evento acontece em Caraguatatuba.
Não tenho muitos detalhes sobre a representação de Pindamonhangaba, pois nenhum material nos chegou às mãos, como informe oficial. Talvez algumas equipes se desloquem até a praia.
Ainda recordo, “dos antigamente”, como nossos atletas contavam com o apoio da população na hora do embarque de ida e no momento da chegada, em retorno dos Jogos. A praça Monsenhor Marcondes ganhava vibração de uma grande parte do povo, principalmente pais e mães, namorados, maridos, amigos e simpatizantes do povo que saía para representar a cidade.
Aposto que o calor humano não tenha mudado tanto.
Acredito mais no distanciamento causado pela pouca informação à coletividade.
Mesmo assim, nesta quarta-feira, se houver gente de Pinda desfilando na abertura dos 60º Jogos Regionais, desejamos boa sorte.
Afinal, se o esporte é para todos, todos mereceriam mais informação sobre o que efetivamente acontece com nossa delegação.
Mesmo em tempos de “Lei Eleitoral”.
(Em tempo: sei que não citei o nome de todos que compartilharam a experiência de atuar na Comissão de Imprensa. Mas fica a homenagem a todos)
É a minha Opinião.
Marcos Ivan de Carvalho, Mtb 36.001
Jornalista Independente


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