Velocidade
e precisão.
Parecia
uma verdadeira linha de montagem.
Era
um time de dedicados amigos do esporte e fraternos filhos de
Pindamonhangaba.
Tudo
era planejado, calculado, decidido em equipe.
Redatores,
datilógrafos (naquele tempo eram máquinas Remington, Facit e até
uma Adler, cedida por empréstimo pelo Tulio Campello.
Papel
hectográfico, álcool absoluto (96°), papel sulfite (lá da Cícero
Prado), grampeadores, canetas bic...
Garrafas
e mais garrafas de café. Tínhamos uma cozinha, pois o bar mais
próximo, do Arthur, fechava às 22h e nós tínhamos trabalho até,
no mínimo duas da manhã.
O quartel general era uma parte da residência do Zé Lélis Nogueira.
A
tropa de choque chegava um pouco antes das 21h, já para ir
preparando as matrizes para datilografia. Ten Oswaldo Marcondes César
encarregava-se de abastecer os mimeógrafos, ajustando as esponjas,
ventilando as folhas de sulfite.
Percy
Lacerda, eu, Diberê (João Carlos Nogueira de Sá) assumíamos a
datilografia das folhas de resultados já chegados às nossas mãos.
Piorino
Filho, Jota Marcondes, Alarico Filho Tico do Fórum e mais uma turma
procediam às redações de comentários, organizavam as tabelas de
disputas.
Já
havia outro grupo a postos, para sair em disparada, entregando os
boletins às diversas delegações hospedadas em escolas da cidade.
Zé Rabello, Danilo Cozzi, em seus carros, além de outros
voluntários com Lambrettas ou até Mobyletes se responsabilizava em
fazer chegar o material informativo às mãos dos coordenadores de
cada delegação.
A
equipe mais numerosa era a de Santos, a que havia se hospedado na
Fazenda Coruputuba. Além de mais numerosa, era a mais tecnicamente
bem preparada. Isso não queria dizer muita coisa, principalmente
para o vólei masculino de Pinda, treinado pelo competente e admirado
Alfredo Una de Andrade.
Quando
o sexteto do Una entrava na quadra, ainda aquela lá de perto da
linha do trem, dava trabalho para as “grandes” do interior do
Estado. Aliás, a quadra coberta (recentemente reinaugurada) comportava o
calor de uma torcida vibrante, em todas as disputas.
Fruto
do sonho de Manoel Carriço e um grupo de abnegados voluntários da
Comissão Municipal de Esportes, a Quadra Coberta foi palco de
incríveis decisões de vólei e basquete, principalmente. Tinha a
denominação de “Manoel Carriço Vieira”. Não sei porque
trocaram o nome daquele ginásio da praça Melvin Jones.
Estávamos
sediando, em 1971, a edição número dois do “Jogos Regionais do
Vale do Paraíba e Litoral”.
A
Comissão de Imprensa, da qual orgulhosamente eu fazia parte, assim
como todas as outras comissões, marcou época na história dos
Jogos. Nâo havia tempo ruim e todos se entendiam, até mesmo quando
havia algum desentendimento passageiro.
O
orguho de fazer bem feito e servir a uma causa justa, com o intutio
de prestar o melhor serviço da cidade às outras cidades, sempre nos
motivava a melhor fazer em cada instante de trabalho voluntário.
Antes
do evento em si, foi preciso desenhar o símbolo dos Jogos. Ideia
vai, ideia vem, professor Una – abenegado esportista e dedicado
filatelista, apresentou um desenho de um selo comemorativo a um
evento esportivo, salvo engano de meus arquivos mentais, realizado na
França. Decidimos pela ideia.
Fiquei
encarregado de elaborar a arte da ilustração, mas como eu não era bom
desenhista de letras, o encargo desta parte foi dado ao exímio
letreirista Alarico Corrêa Leite Filho. O desenho foi utilizado nos
uniformes dos atletas, nos terninhos das recepcionistas, nas
flâmulas, capas de relatórios, bandeiras comemorativas. Ficou “nos
trinques”.
Viradas
as páginas do tempo, por mais algumas vezes Pindamonhangaba sediou
os Jogos Regionais.
Este
ano, mais uma vez, o evento acontece em Caraguatatuba.
Não
tenho muitos detalhes sobre a representação de Pindamonhangaba,
pois nenhum material nos chegou às mãos, como informe oficial.
Talvez algumas equipes se desloquem até a praia.
Ainda
recordo, “dos antigamente”, como nossos atletas contavam com o
apoio da população na hora do embarque de ida e no momento da
chegada, em retorno dos Jogos. A praça Monsenhor Marcondes ganhava
vibração de uma grande parte do povo, principalmente pais e mães,
namorados, maridos, amigos e simpatizantes do povo que saía para
representar a cidade.
Aposto
que o calor humano não tenha mudado tanto.
Acredito
mais no distanciamento causado pela pouca informação à
coletividade.
Mesmo
assim, nesta quarta-feira, se houver gente de Pinda desfilando na
abertura dos 60º Jogos Regionais, desejamos boa sorte.
Afinal,
se o esporte é para todos, todos mereceriam mais informação sobre
o que efetivamente acontece com nossa delegação.
Mesmo
em tempos de “Lei Eleitoral”.
(Em
tempo: sei que não citei o nome de todos que compartilharam a
experiência de atuar na Comissão de Imprensa. Mas fica a homenagem
a todos)
É
a minha Opinião.
Marcos
Ivan de Carvalho, Mtb 36.001
Jornalista
Independente
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