Alberto amolava uma faca
para churrasquear com a familiar e amigos. Passava o “fuzil” na
lâmina com tanto cuidado, atento a cada movimento, para não
estragar o fio e não se ferir, logicamente.
Terminada a operação “fio
da navalha”, orgulhoso de seu trabalho, o moço mostrou para a
filha como ficou “bão demais” o facão amolado.
Para demonstrar a
eficiência, inadvertidamente passou o polegar direito sobre a área
cortante do objeto. Adivinhem o que aconteceu?
Maria, do alto de seus sete
anos de idade, arregalou os olhos e berrou, perplexa: “Papai é
muito burro, gente! Vai sujar de sangue a carne do churrasco”!
Silvinho e seus coleguinhas
de maternal corriam atrás de uma dessas bolas de plástico, que
ainda existem por aí, com a assinatura do Rei do Futebol. O menino
era um verdadeiro “mini The Flash” e fazia malabarismos com a
bola nos pés.
Súbito, num dos cantos do
gramado, parou e avisou aos amigos: “Cuidado, um caco de “vrido”!
As crianças, olhos arregalados, correram para conferir a informação.
A professora acariciou a
cabeça do heroizinho o qual, sobressaltado, acrescentou: “Podia
furar a bola, né tia”?
Matheuzinho chegou da escola
todo feliz da vida. Tinha atividade para desenvolver em casa, com a
mamãe.
Esta, pacientemente, se
assentou no sofá, enquanto o garoto se ajeitava na cadeirinha e na
mesinha “de fazer atividades de casa”.
Uma entrevista com a mamãe!
Esta era a atividade.
Após uma série de
perguntas sobre nome, onde nasceu, nome do pai e da mãe da mamãe,
que esta lia para depois responder, veio a etapa do “gosto não
gosto”.
“Matheus, agora aqui está
escrito “Qual é o prato que a mamãe prefere” O que eu escrevo”?
Esperto e atento, sem
titubear, o menino disparou: “Prato de vidro, mãe”!
Assim é a maneira sincera,
desarmada e aparentemente ingênua de as crianças falarem a verdade.
Aparentemente ingênua sim, mas não pejorativamente.
A ingenuidade das crianças
é o seu mais precioso documento de estarem a dizer sobre o mundo,
dentro de sua ótica de não conhecedores da maldade, da arrogância,
da pouca ou nenhuma fraternidade.
As crianças se expressam
por conta do conhecimento adquirido no grupo social família, no
grupo social escola e no grupo social rua ou bairro.
Não se ostentam donas da
verdade. De verdade, se sentem muito à vontade para dizerem o que
sentem, pois não tiveram, ainda, o inevitável contato com os
olhares de falsidade, os sorrisos de deboche ou a fala compromissada
com o engodo, a enganação.
Diferente de muitos “meninos
grandes”, munidos de seus estilingues do desamor, arvorados em sua
mania de poder mais para chorar menos.
Meninos grandes estão
“saindo das tocas” nestes tempos de corrida eleitoral, buscando
mostrar a cara, falar promessas, gastar saliva e sola de sapatos em
busca de admiradores.
Alguns meninos grandes
contaminados com o que saiu da caixa de Pandora, não têm o
escrúpulo de respeitar a simplicidade de pessoas de boas intenções,
inseridas no contexto de seu público alvo: eleitores.
Lógico está a necessidade
de destacarmos a boa índole da maioria dos candidatos, mas não
há como evitar alertarmos para os interesseiros de plantão, capazes
de atravessar a cidade, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, quantas
vezes necessário for, simplesmente para estarem na direção das
lentes dos repórteres fotográficos deste ou daquele veículo de
comunicação ou buscando chamar a atenção, discretamente, de pessoas as quais podem ser úteis pelo menos no dia das eleições. Sem contarmos os “papagaios de pirata”...
Aliás, piratas vêm à tona
nestes tempos de afundar navios de esperança em nome dos interesses
próprios, não muito decentes ou claros...
Existem alguns meninos
grandes com enorme experiência de bons resultados nas urnas e,
atualmente, ocupando uma cadeira no Legislativo ou um cargo na Gestão
Municipal. Aqui já é possível perceber quem manda, quem obedece,
quem mente, quem desrespeita, quem incentiva e quem subestima a
cidadania anônima que os elegeu.
Conheço administradores
públicos de boa vontade, estragados em sua administração por conta
de ocupantes do cabide político formatado como gratidão pelo apoio
durante a batalha das urnas.
Esses “de confiança” ou
“comissionados” podem jogar fora toda a confiança que o povo tem
num Chefe de Executivo. Sem contarmos os ocupantes dos mesmos cargos
na área Legislativa.
Esse povinho aí,
ensimesmado de todo tipo de falsa dedicação, quer mesmo é empurrar
com a barriga um tempo de quatro anos, faturando alto e quase sem
deixar rastros de bons serviços prestados à comunidade, mesmo
sabendo que seus polpudos ganhos saem das gotas de suor (e lágrimas)
de muita gente humilde e honesta de verdade.
Para um equilibrista, num
circo, a tarefa é não deixar cair qualquer coisa que esteja
manipulando para entreter ao público. O administrador público não
pode deixar que componentes de seu time manipulem a opinião ou o
entendimento do público, iludindo-o sobre a verdade, derrubando os
sonhos de cada um.
Millor Fernandes recomenda,
em uma de suas célebres frases, evitar falar sem conhecer o estoque
de verdades. Ou seja, aquele que se fundamenta em interesses vagos,
sem consistência, pode incorrer em mentiras, pensando estar falando
verdades.
Em tempos de palanques ou
“caminhões de campanha”, há quem se altera, berra, pula,
gesticula, critica o adversário. Tudo para chamar a atenção dos
possíveis ouvintes de comício.
Uma amiga, nas eleições
municipais passadas, confidenciou estar pensando em gravar todos os
comícios e, depois, publicar um livro de piadas. Eu recomendaria
escrever um dossiê das “promessas pra boi dormir”.
Certo cantor popular
brasileiro afirmou, no começo de um show, que o “boi povo não
sabe a força que tem, por isso quase nunca resiste à possibilidade
de abate”.
Para você pensar: antes de
digitar qualquer número na urna eletrônica, decida-se pelo valor
que este mesmo número representará em sua vida, nos próximos
quatro anos.
Afinal, não vale a pena
“votar pra zuar”, “votar em qualquer um (um também já é
número)”, “votar de qualquer jeito, já que ninguém vale
nada”...
Confirme sua vontade, quando
o tilintar da urna avisar que seu voto foi validado. (Nossa! Tilintar
é coisa de caixa registradora!!!).
Também é tempo de
pesquisas.
Muita gente vai querer saber
o que você pensa sobre os candidatos. Isso porque o voto é secreto.
Resposta sugerida: vou votar
normais honesto.
O encarregado da pesquisa
vai pensar que é o candidato para o qual trabalha e vai parar de roubar seu precioso tempo.
Essa é minha Opinião.
Marcos Ivan de Carvalho –
Mtb 36.001
Jornalista Independente.
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