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sábado, 30 de abril de 2016

SOBRE PULAR DE GALHO EM GALHO...

Nos tempos de Instituto de Educação “João Gomes de Araújo” (em Pinda), era comum o chamado “papo de jacaré” entre os estudantes. Havia um desses ti-ti-tis citando absurdos como “o sol apareceu à meia noite, enquanto eu pedalava montado em um jerico”. 
A moçada inventava para o resto se debulhar em gargalhadas...

“Acordei, hoje pela manhã, bem de noitinha. Abri a janela da minha sala e, do quarto de dormir vi uma vaca malhada pulando de galho em galho, enquanto o cachorro corria atrás de um rato e o gato lia o jornal, debruçado na frigideira”... Essa eu ajudei um colega de classe a “bolar”.

Uma vaca malhada pulando de galho em galho. Sem cair, apesar do peso.

Pular de galho em galho – segundo o saudoso João Martins de Almeida, exemplo de professor e elevada personalidade de amigo, era próprio do comportamento de símios, como gostava de dizer. “Sem nos esquecermos do Tarzan”, completava em suas conversas de amenizar a tensão durante a correção de exercícios propostos para serem resolvidos diretamente no quadro negro.

Tarzan! Aquele das histórias em quadrinhos, dos filmes na telona, ainda em preto e branco, cujo principal intérprete foi Johnny Weismuller, na vida real atleta de natação, recordista mundial por 67 vezes, medalhista de ouro olímpico nas edições de 1924 e 1928 (cinco pódios). Estrelou 12 produções para o cinema, cedendo seu talento de campeão para a personagem criada por Edgard Rice Burroughs.

Tarzan, além do incrível grito que dava, voava de um galho para outro, com ajuda de cipós e até sem os mesmos, quando a distância era curta. Johnny, por sinal, nunca permitiu o uso de dublês para as cenas mais “complicadas”.

Senhor das piscinas olímpicas, Weismuller vivia Tarzan com sobra de tranquilidade. Sabia pular de galho em galho e, enquanto personagem, conhecia sobre qual galho não pisar ou no qual não se dependurar. Nos rios dos filmes se sentia peixe dentro d’água...

Para vocês terem uma ideia da influência de Tarzan Weismuller na história de juventude de muita gente, se puderem observem a capa do vinil Sgt. Pepper’s, dos Beatles, verão – bem acima da cabeça de Ringo Starr, uma pequena foto de Johnny Weismuller, escolhida por McCartney que, segundo consta, admirava o grito de Tarzan.

Pular de galho em galho está em alta, no país continente de Pelé, Senna, Dumont, Cazuza. Cazuza?
Sim, aquele do “Que país é esse”!
Pois é... Que país, hein seu Zé?

Há quem pula de galho em galho, focando seus pulos no modo mais cômodo de se garantir num “carguinho” de poder continuar passando pela vida... Vida política, principalmente.
Não está bom aqui? Pula para lá. Se estrumbicou lá? Pula para acolá! (Essa é a receita do macaco político).

Macaco político. Boa definição para quem fica numa de “pra onde é que eu atiro”?

Meu sábio pai ensinou: macaco que muito pula, quer chumbo. E chumbo, na política, é "chumbo grosso", pior do que tiro de sal grosso! (Nos tempos de criança os fazendeiros usavam sal grosso para espantar ladrões de galinha).

Pois então: há, nesta terra de tradições, gente que só pretende cargo, sem necessidade de trabalho. Até descaracteriza sua objetividade, por conta de algum bem cotado galho possível de ser alcançado. Isso mesmo: buscam pular para outro galho, quebrando o galho para não sair da cena política e esta, por conseguinte, passa a ser sua catapulta de alçar pulos mais longos, intentando galhos ainda não ocupados, garantindo a “engorda” de suas finanças. Algumas vezes conseguem essa engorda para os bolsos e alguma conta não muito explicada num banco qualquer.

Se macaco que muito pula quer chumbo; macaco gordo é capaz de quebrar galho podre. Galhos podres sobram por aí, nas árvores da politicagem interesseira, sem fundamentação ética para conduzir destinos da cidadania supostamente anônima mas que, pelo menos em tempos de eleições, tem nome/sobrenome/endereço/data de aniversário.

Explico: essa macaquice toda favorece a montagem de um fenomenal banco de dados da população e, daí – quando precisa – o macaco, ops!, o político saberá com quem está falando e qual tratamento deve dar a esse “quem”. Logicamente qualquer tratamento dispensado pelo macaco político é com regras em um perfil pré-estabelecido, pois não convém (ainda segundo o político pulador de galhos) deixar o eleitor bem informado sobre suas reais intenções.

O que o macaco quer é nadar de braçadas nas águas do nada fazer a não ser desfrutar do resultado das urnas. Daí, o povo que se estrepe, que se arda, que se dane. Assim mesmo!
Para encerrar: macacos puladores de plantão que se cuidem. Tem gente de bem, disposta a não deixar serem quebrados galhos e, isto sim, serem eleitos cidadãos comprometidos com a decência, dignidade e ética.

Afinal, Tarzan buscava defender o lado certo da vida na selva. Cazuza denunciou a selva de irresponsabilidade que o país enfrentava e ainda enfrenta. Os dois já não existem; mas, um recado nos deixaram: vale gritar, lutar, denunciar.

Os macaquinhos alucinados da política rasteira é que precisam entender ser, a atualidade, desprovida de ficção e mais exuberante em realidade. Pela realidade, o povo já não suporta mais a cara de pau desses que se travestem de “politicamente corretos” e desandam a pular galho após galho. Merecem "chumbo grosso", com o povo usando sua arma na hora de ir às urnas.

Que vão macaquear olhando para um espelho, pagando mico da própria cara...

É a minha Opinião.
Marcos Ivan de Carvalho, MTb 36.001.

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