Na
escola cotidiana, em cujas aulas não temos nenhuma condição de
“matar aula” pelo simples fato de estarmos nela matriculados desde
nossa chegada à luz, necessário se faz, acima de tudo, a busca
incessante pelo conhecimento.
Em
todas as atividades humanas, conhecimento é o único modo de superar
dificuldades.
A
falta de conhecimento, desenvolvido pela experiência e pela prática,
propõe corrermos riscos geralmente desnecessários.
Para
tanto, o conhecimento foi, e é, naturalmente segmentado entre as
faixas de idade e por conta da individualidade do talento,
contextualizado no DNA.
Por
isso, trocando em miúdos, não pode o carpinteiro querer ser
enfermeiro, mesmo em se tratando de pessoa talentosa e com
conhecimentos. Indispensável é a prática e, acima de tudo, a
formação técnica.
Após
esse preâmbulo, usamos desse espaço para manifestarmos nosso
desagravo a uma classe profissional atualmente bastante
desconsiderada em nosso município: a dos profissionais da voz, os
locutores.
Não
vamos garimpar muitos exemplos, por termos em tela e na memória os
dois últimos eventos comemorativos ao Dia da Independência do
Brasil.
Vamos,
também, minimizar o tempo dos caros leitores.
Fica
assim: em um evento comemorativo e solene tal como o citado, é
extremamente importante o uso da voz para anunciar cada etapa ou item
de um roteiro anteriormente determinado.
Para
tanto, é muito justo a escolha de um profissional da locução,
capaz de manter íntimo diálogo com o microfone, sabendo tirar o
maior proveito dessa ferramenta de trabalho.
Da
mesma forma, o profissional da locução tem como prática de
carreira a leitura antecipada do roteiro, treinando a pronúncia de
nomes próprios e até mesmo substituindo palavras “bonitas” mas
capazes de “quebrar a língua”, tirando o efeito da mensagem.
Usar sinônimos sempre é recomendável, até mesmo em se
considerando a plateia.
Se
é preciso ler o roteiro, importa em discutir o mesmo com outra
pessoa da organização, para simplificá-lo ao máximo, evitando se
tornar enfadonho ou com conteúdo extenso e desnecessário.
No
caso em tela, as informações devem ser passadas de forma inteligível
e audível, mesmo por se tratar de evento ao ar livre, com a atuação
de bandas marciais ou fanfaras, cujos toques de clarim ou tambores
podem obscurecer a maior parte da fala, caso quem esteja à frente do
microfone não saiba utilizar os recursos da técnica vocal.
Mastigar
palavras ou engolir o final de algumas, não pode acontecer, a não
ser acidentalmente. A invenção de palavras, ou o chamado
“neologismo” é imperdoável, haja vista o impacto negativo para
com a própria pessoa que se passa por locutor.
Outro
risco desnecessário: pedir ao público “dar uma salva de palmas”.
Seria tal qual pedir um minuto de silêncio no maior estádio do
mundo. O grande Nelson Rodrigues, escritor brasileiro, já afirmava:
“Vaia-se até um minuto de silêncio no Maracanã”.
O
aplauso deve ser respeitado como manifestação espontânea das
pessoas e não um gesto induzido, pois perderá, neste caso, toda a
essência da sinceridade.
Também
não se deve utilizar o microfone para o uso indevido de “cacos”.
Para os leigos: cacos é a definição do uso, inteligente, de
improvisos sobre o assunto sem trazer comprometimento ao formato geral
do texto. Para isso, também, preciso se faz conhecimento e prática,
junto com talento.
Aberração,
então, é querer “puxar a sardinha” para o prato do chef.
Durante
o desfile de ontem, em Pindamonhangaba, a pessoa responsável pelo
anúncio dos diversos módulos, quando se referia ao contingente
assistido pela Secretaria de Esportes, buscava reforçar com mensagem
subliminar, remetendo, os mais atentos, à ação do Chefe do
Executivo quando da extinção do chamado “esporte de alto
rendimento” (atletas profissionais antes atuando em “defesa das cores da cidade”). “São atletas de Pindamonhangaba” ou
“Todos moradores de Pindamonhangaba”, ouvia-se pelo sistema de
sonorização do evento.
Poderia, de repente, até se configurar
propaganda política irregular, considerando-se ser, o prefeito,
candidato à reeleição.
Enquanto
isso, temos a lamentar, muitos profissionais capacitados não tiveram
seus nomes lembrados para uma possível contratação de serviços à
altura do evento.
Em
tempo de vacas magras, economizar é importante; negociar é
interessante. Não é recomendável “quebrar o galho” ou “vedar
o sol com a peneira”.
Notório
é sabermos de os cargos de confiança não terem contagem de horas
extras, mesmo por terem a liberalidade do registro de ponto. Esse
tipo de economia, entretanto, é capaz de minimizar o impacto de
grandiosidade previsto para qualquer evento.
Para
finalizarmos: isso tudo acontecendo ao lado de muitas autoridades da
Administração local, inclusive a titular da pasta da Educação e
Cultura, além de militares e civis convidados.
Por
isso, em nome de uma classe de profissionais merecedores de nosso
particular carinho, por termos envolvimento, conhecimento, formação
e algum talento, recomendamos mais cuidado com a escolha do
anunciador a ser convidado para os próximos eventos oficiais.
Em tempo e por justiça: comentário válido somente a respeito da parte não militar do desfile de Sete de Setembro, a qual teve roteiro apresentado por um comentarista do Exército.
Em tempo e por justiça: comentário válido somente a respeito da parte não militar do desfile de Sete de Setembro, a qual teve roteiro apresentado por um comentarista do Exército.
Com
a devida vênia aos colegas profissionais, e pedindo licença ao colega
profissional Paulo Ramos, recomendamos o vídeo abaixo a todos
quantos desejam se achar em condições de apresentar eventos. Notem:
é apenas um apanhado de “Dicas”, não um curso completo.
Nosso
abraço a todos quantos fazem da sua voz a ferramenta de melhorar o
mundo.
É
a minha Opinião.
Marcos
Ivan de Carvalho, Mtb 36.001
Jornalista
Independente.
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