É preciso entender certas diferenças.
Meu pai ensinou-nos o respeito, para respeito
praticarmos e sermos merecedores do mesmo.
Humildade, sem humilhação, é patrimônio próprio de
tantos quantos a exerçam para, com dignidade, somarem seus ideais e
desenharem seus caminhos com olhos de muita esperança.
Deus, não só como símbolo de alguma religião, mas,
acima de tudo, por ser o único Norte de não perdermos o rumo,
precisa ser e estar em nossa existência, “full time”.
Competitividade, com lealdade e foco nos objetivos, é
próprio de quem se nivela com os demais cidadãos. Apesar de se estar
assumido no poder, essa igualdade só pode resultar em conquistas coletivas,
consistentes e consolidáveis, beneficiando a todos, indistintamente
quanto à raça, cor de pele, credo e preferência política.
Há algum tempo, observava-se, em Pindamonhangaba, um
discurso monocórdio, repetitivo e irreal. Havia a constante
afirmação de o prefeito se dizer feliz e estar fazendo o povo
feliz.
Por onde passava, a ladainha se despejava automática e,
até certo ponto, evasiva, na hora de qualquer pronunciamento ou
justificativa a algum questionamento.
Estar “Feliz” não é correspondente a um estado de
tristeza, decepção, carência totalmente manifestado pela
população. O povo, em sua maioria, não entendia ser, a felicidade,
prerrogativa do gestor municipal.
Percebendo a fuga em dar respostas de solução, dentre
outros problemas, o povo de Pinda não estava feliz. Felicidade? Onde
tem e quanto custa?
A aparente possibilidade de encontrar portas abertas
para uma conversa sobre problemas do cotidiano com quem mais entende
de cotidiano, que é o cidadão de todos os instantes, não acontecia
pelos lados do Paço Municipal.
Uma incrível rede de filtros fazia o cidadão
desanimar, se ofender ou obter ajuda de modo completamente adverso do
esperado. Muitas vezes um sorriso bem colocado mascarou o pouco caso
em atender. Pelo simples fato de os responsáveis pelo atendimento
não entenderem sobre fraternidade, comprometimento e isonomia.
Então, em seu gabinete, o prefeito poderia acreditar e
apregoar que administrar um município seria como o trabalho do
artista chinês equilibrista de pratos, em um circo. “Qual prato é
mais importante? Todos”, costumava dizer.
Mas o chinês de dentro de seu universo vacilou. Perdeu
a noção do tempo e deixou cair. Não um, mas vários pratos. Os
pratos da compreensão, da humildade, da resposta sensata e sem
fantasia, da acolhida. Assim como o prato da sinceridade e o da
igualdade.
O povo, exaurido de ser colocado num paraíso fictício,
ergueu sua voz por sobre um conjunto de números, confirmando sua
vontade de mudar. Bateu no peito e disse firme e forte sua esperança
de mudança.
Se experiência faz a diferença, o povo experimentou
mais de 3 anos de poucos resultados. Isso, definitivamente, fez a
diferença. Na escala de valores, o 22 passou a valer mais do que 45.
Nestas eleições municipais, em Pindamonhangaba, o
placar final foi como adentrarmos as águas de uma bela e
aconchegante cachoeira, com a devida permissão das entidades
sagradas da Natureza, para um inebriante banho de lavar a alma.
Lavei a alma, retemperei minha mente, recuperei a calma.
Cada gota de felicidade que escorria de meus olhos (claro que chorei
de alegria) parecia despejar todos os calos de maldade incrustados
pelos incompetentes em meus sentimentos. Durante três anos provei o
amargo sabor de reclamar meus direitos diante de pessoas insensíveis,
arrogantes e sem talento para atender quando questionadas.
No domingo à noite, festejando a vitória de uma
verdadeira família, abracei e cumprimentei cidadãos anônimos, por
ser eu um anônimo tão feliz quanto tantos incorporados da mesma
possibilidade de ser melhor considerado, mais respeitado e jamais
ultrajado por ter escolhido o caminho de nos levar para dias de
grandes conquistas.
Peguei na mão de minha esposa e voltamos para casa
sabedores de termos votado com muita confiança em quem nos revelou
ser confiável.
Para o final do ano restam menos de 3 meses.
É imprescindível aos atuais detentores do poder
compreenderem a vontade da maioria e deixarem, para os novos
responsáveis pela cidade, uma herança que represente, pelo menos,
um mínimo de respeito à escolha popular.
Desta forma, estarão promovendo algum teor de remissão
de seus atos unilaterais os quais devem ter provocado muita tristeza
em inúmeros lares e famílias da cidade.
Para finalizar: Estar ou ser Feliz não é exclusividade
de alguns. Se souberem o valor de compartilhar, correta estará a
frase: “Todos somos felizes”.
A “Lei do Retorno” é como o bumerangue: quem não
sabe conviver com ela, pode se machucar.
É a minha Opinião.
Marcos Ivan de Carvalho, MTb 36.001
Jornalista independente, não filiado à AJOPI.
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