CLIQUE E OUÇA RÁDIO CANAL39

terça-feira, 30 de maio de 2017

TURISMO: PINDA PODE TER A BOLA DA VEZ NUM ANO DE CORRERIA?

O ano de 2017 é ano da correria e o ano “da bola da vez” para muitos municípios do Estado de São Paulo.

Pelo menos 140 deles podem estar inclusos, brevemente, na classificação de MIT - Municípios de Interesse Turístico.
Recentemente Santa Izabel e Guararema passaram pelas avaliações, devidamente documentados em todos os itens do rol de exigências legais e já podem se identificar como MIT.
São Bento do Sapucaí lança seu Plano no próximo dia 31.

E daí?

Daí que é uma classificação importante para a movimentação das atividades do Turismo nos municípios, haja vista a destinação de verbas oficiais para o suporte das mesmas.
Algumas fases de preparação de documentos são muito importantes, pois a partir do estudo da demanda turística pelo município até a elaboração do Plano Diretor Municipal de Turismo, a participação dos órgãos públicos e da sociedade, de um modo geral, é extremamente essencial.

Elencar atrativos turísticos; fazer inventário dos equipamentos e serviços disponíveis e compatíveis com o exigido pela lei; preparar e apresentar atas de 6 reuniões (as últimas) do COMTUR, devidamente registradas em cartório e o efetivo texto do Plano Diretor de Turismo são verdadeiras “tarefas de casa” as quais não podem ser feitas de supetão, ao estilo “só pra constar”. Muito menos feitas, conforme o linguajar popular, “nas coxas”...

Esse trabalho todo demanda tempo, aplicação, conhecimento, disponibilidade para realizar ajustes e correções. Logicamente, com a participação de uma equipe e com a orientação de um profissional capacitado e habilitado.

Temos acompanhado o trabalho de profissionais do Senac Guaratinguetá, os quais, já há alguns meses, coordenam um grupo de representantes de diversos municípios do chamado Circuito Turístico Religioso na elaboração dos itens exigidos para a elaboração do PDT.

A vantagem é enorme, pois quando for preciso renovar ou atualizar referido Plano, os próprios cidadãos em treinamento terão condições plenas de assim proceder.
Gerando economia, motivando a participação mais ampla de todos quantos atuam no segmento turístico do município. Assim, ninguém fica com a “cocada preta” e se torna exclusivo entendedor de elaboração de Planos Diretores de Turismo.

Esse treinamento gera, também, grande economia para os cofres do município.
Por quê 2017 é o ano da correria?
Simples: em 2018 acontecem eleições para deputado e governador...

Reflitamos juntos:

A mecânica de busca pela classificação como MIT é a seguinte: o município, por meio de seu prefeito, encaminha toda a documentação - necessariamente incluindo o Plano Diretor Municipal de Turismo, a um deputado de sua confiança ou de seu partido.

O parlamentar, por sua vez, elabora um Projeto de Lei e o protocola na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, onde o mesmo começa a tramitar, passando pelas Comissões da Casa (responsáveis pela análise de viabilidade).

Estando tudo “nos conformes”, a ALESP encaminha o Projeto de Lei à Secretaria Estadual de Turismo, a qual avalia a proposta e emite seu parecer, devolvendo o documento à Assembleia.
Segue o PL tramitando até chegar à votação dos deputados.

Caso o projeto seja aprovado, o mesmo é encaminhado para a sanção do governador. Se recusado, vai para o arquivo. E ponto final.

Na sessão da Câmara de Vereadores do dia 22 de maio, a vereadora Gislene Cardoso alertou para a necessidade de serem tomadas providências para existir, o mais rápido possível, o Plano Diretor de Turismo para Pindamonhangaba.
Informou, até, estar pedindo complementação de verba, no valor de R$ 200 mil para o Plano Diretor.

Seria tão cara, assim, a elaboração de um PDT para Pindamonhangaba? Será que, com todo o investimento, a correria vai levar o município para o rol dos aprovados porque fizeram a tarefa de casa da maneira correta?
Correria, o município, o risco de aprontar tudo e não ter sucesso por conta dos prazos vencidos?

Há que se entender a necessidade de tudo, mas tudo mesmo, acontecer até bem antes de novembro, pois a inscrição demanda tempo para as tratativas pela ALESP.
Lembrando haver o recesso de final de ano, o lento retorno dos parlamentares, muitos deles já em pleno ritmo de pré campanha eleitoral, visitando suas bases, suas regiões e angariando todo tipo de reivindicações para as quais, sem dúvida nenhuma, dedicarão enorme atenção pelo simples fato de ser um ano essencialmente eleitoral.

Pinda é alvo das abordagens de candidatos como André do Prado, Ricardo Piorino (segundo alguns analistas vai se lançar para buscar uma cadeira na ALESP) e Padre Afonso, apoiadores da campanha vitoriosa do atual prefeito. Sem considerarmos a efetiva atuação do deputado Ramalho da Construção, cujo representante em Pinda é o vereador Rafael Goffi. Um disputa que pode render de algum dos deputados atuais, a assinatura no Projeto de Lei para aprovação de Pindamonhangaba como MIT. Isso, se existir o indispensável Plano Diretor de Turismo de nossa cidade.

(Citamos só alguns, mas temos certeza de que muitos outros em exercício tentarão morder esse filão representado pela aprovação do PDT de Pinda).

O prefeito Isael declarou, recentemente, a um blog da cidade, que "Pinda está preparando o PDT e se Deus quiser conseguirá se inscrever como candidato a MIT".
O prefeito afirmou, também, existirem dificuldades quanto à melhor comunicação oficial, agradecendo a atenção do repórter em abrir espaço para sua fala.

Outro ponto a ponderar: comunicar ações oficiais é a forma de fazer o povo estar mais participativo e, ainda, de formar opiniões, aparar arestas de resistência, aproximar as lideranças - até as oposições - e marcar presença, positivamente, junto à opinião pública.
Quando a comunicação se torna difícil, pouco aparelhada e sem investimentos, qualquer setor perde a projeção e a gestão passa a ser - frequentemente - mais criticada pela população, a qual não tem a informação plena e consistente.

Gerir um município sem investimento em comunicação é não privilegiar a informação aos cidadãos.

Assim, se há a necessidade de um Plano Diretor de Turismo, um dos itens imprescindíveis para a sua composição e justificando aprovação é o elenco de veículos de comunicação que existem na cidade, efetivamente parceiros e viáveis.
Para quem desejar saber mais sobre Municípios de Interesse Turístico, basta clicar aqui.
Fica a dica nesta minha Opinião.
Marcos Ivan de Carvalho, jornalista independente, MTb 36001
(Artigo publicado originalmente no site www.canal39.com.br sob título "Refletindo sobre Turismo e Comunicação".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Grato pelo comentário. Em breve será postado. Volte sempre.