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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

DESCUIDO, DESCASO, DESCONHECIMENTO, DESLEIXO?

 Instintivamente o ser humano é capaz de, em quase cem por cento das oportunidades, perceber quando sua integridade física é colocada em algum tipo de risco.

Por conta do instinto, então, as pessoas entendem a obrigatória missão de cuidarem da própria integridade, da vida.

Por conta da necessidade de sobrevivência, principalmente nos tempos atuais, quando tudo e um pouco mais se torna de difícil aquisição, devido à disparada de preços, o trabalhador, de modo geral, se vê obrigado a enfrentar situações de insegurança no trabalho e passível de praticar atos inseguros.

Daí, por conta de alguns eventos já registrados e por experiência profissional de formação em Técnico de Segurança do Trabalho, nossa percepção se torna mais afinada, mesmo no tocante às atividades desenvolvidas por outros trabalhadores os quais, entendemos, são os menos responsáveis pelas situações por eles enfrentadas.

A cabe a pergunta título desse nosso artigo: é descuido, descaso, desconhecimento, desleixo?

Especificamente dois momentos fotográficos, capazes de bem explicar e ilustrar para orientação aos responsáveis pela resposta.

Momento 01: instalação de ventiladores em uma unidade escolar da Rede Municipal de Ensino. Dois trabalhadores sem os recomendados Equipamentos de Proteção Individual (uniformes, óculos, luvas, capacetes). Um deles sobre uma escada. Área não isolada. Claro risco de acidente. 

Não aconteceu? 

Desta vez. Não existe sorte, em Segurança do Trabalho.

(Foto: reprodução de imagem postada na Tribuna do Norte)




Momento 02 – restauração de parte da alvenaria em um meio de hospedagem, no centro da cidade. Dias atrás houve desabamento da estrutura, atingindo até um ônibus de turismo. A via de trânsito foi interditada. Agora, para os serviços de reparos/restauro, o local não está isolado, não dispõe de tapume, e o estacionamento sob a área afetada está liberado. (Foto: Marcos Ivan de Carvalho)

Dos dois momentos fizemos apontamentos à gestão, por meio da Secretaria de Comunicação. A resposta foi de ter sido comunicado ao setor responsável, no caso da escola uma empresa terceirizada. 

No segundo momento, seria comunicado o hotel alvo do apontamento. 

Entendemos assim.

Se houve essa primeira providência, para ambos os casos, muito bom. 

Mas é preciso mais, coisa de se fazer antecipadamente:

01 – O gestor da unidade de ensino, se observou o fato, tem a responsabilidade de solicitar as providências no sentido de prevenir acidentes e não autorizar os serviços enquanto se cuida do assunto. Isso é de sua competência, haja vista ser o responsável pela aprovação dos serviços. A terceirizada assina, por ocasião da contratação dos serviços, termo de responsabilidade sobre seus colaboradores. Aliás, a editoria do jornal oficial do município também nem se preocupou em analisar a foto. Precisava ter essa atenção...

02 – O mesmo podemos destacar quanto ao responsável pelo meio de hospedagem.

ENTRETANTO, a corresponsabilidade, em ambos os casos, é da Prefeitura Municipal, haja vista sua indispensável atuação, enquanto gestora da unidade de ensino e, no segundo momento, responsável pela fiscalização de posturas.

Acredita-se que uma obra do porte da restauração do hotel, o qual virou página de diversos veículos de comunicação, deveria ser fiscalizada bem de perto pelo pessoal do departamento especializado da Prefeitura, além do Técnico da Segurança do Trabalho.

Fica a dica, para contribuir na tarefa de evitar correrias para consertar o irreparável.

Perdas são irreparáveis e a cidade é anunciada como inteligente e exemplo até na Europa.

 

Assino:

Marcos Ivan de Carvalho, jornalista independente MTb91.207/SP, especializado em turismo, membro do Conselho Deliberativo da AMITur (Associação Brasileira dos Municípios de Interesse Cultural e Turístico), afiliado à ABRAJET-SP (Associação Brasileira dos Jornalistas de Turismo).