
Felipe Bittencourt, editor de Pela Metade, explica, com palavras simples, o significado do termo “cortina de fumaça”.
Desse texto, com o devido respeito ao produtor autoral, recortamos um trecho o qual nos conduz ao objetivo de nosso artigo.
“Um dos cuidados que precisaremos tomar para resgatar a qualidade das discussões é de conseguir identificar quando a atenção do público está deliberadamente sendo desviada para algum fato sem relevância; esse é um recurso utilizado por aqueles com interesse em manter o foco do público em um acontecimento menor, de pouca consequência. Essa é a chamada cortina de fumaça. [...] No entanto, se engana quem acredita que o recurso é usado somente por militares, mágicos e ninjas. Políticos também são proficientes no uso desse subterfúgio”.
Pelos “sintomas” levados à publicidade oficial ou pelas mídias sociais, Pindamonhangaba está sendo alvo de uma intensa valorização dos pets, de modo geral, e em especial da Antonieta, pet quase designada oficialmente como adjunta de algum cargo comissionado da atual gestão do Executivo.
Em poucos parágrafos, sintetizamos nossa opinião.
. A cidade vive um caos no tocante à infraestrutura de acessibilidade e caminhabilidade, com calçadas mal acabadas, piso podo tátil incompleto ou desnivelado no centro e arredores, rampas em estabelecimentos comerciais fora das normas, rampas nas calçadas idem;
. Menores vendedores de guloseimas, nas ruas centrais;
. Mulheres, muitas ainda jovens, com bebês vestindo apenas fraldas, assentadas ao solo, esmolando um prato de comida para os filhos ou um trocado para comprarem medicamentos;
. Espaços públicos ocupados totalmente por mesas e cadeiras de bares e/ou restaurantes, sem nenhum respeito aos pedestres e PCDs. Aqui há a necessidade de citarmos um instrumento legal, do Código do Posturas: “Artigo 95 Todos os estabelecimentos comerciais com consumação de gêneros alimentícios e bebidas poderão ocupar, com mesas e cadeiras, parte do passeio público correspondente à testada do prédio, desde que fique destinada à livre circulação dos pedestres uma faixa do passeio com largura mínima de 1,20m (um metro e vinte centímetros) destinada à livre circulação dos pedestres”;
. Não comentaremos a temática Saúde, pois esta continua entubada.
Esses poucos itens foram elencados para questionarmos se o “Projeto Antonieta” não estaria modelado ao figurino da cortina de fumaça.
Há um bom tanto de demandas pouco solucionadas, da gestão anterior, cujos protagonistas ainda se arvoram de seu status de aparentes intocáveis, a comunicação institucional é rasa em seus informes a respeito.
Algo muito podre estaria no ar e o fedor pode alertar ao público pagador de impostos? Ou a síndrome canina invadiu as mentes e alguns gabinetes a ponto de os reais problemas da cidade estarem no patamar segundo ou terceiro da atual gestão, herdeira de muito (ou tudo) de conceitos da anterior?
Afinal, para acontecer algum projeto, desde a sua idealização até a execução e necessária manutenção, há um custo.
Apostamos esse custo não ser suportado por bolsos particulares, a não ser os dos contribuintes.
A desordem com violência nos arredores das chamadas “adegas” (bares com funcionamento noturno) é merecedora de uma blitz “tolerância zero”, composta por Fiscais de Posturas; Vereadores da Comissão de Segurança Pública; Conseg; Conselho Tutelar; Secretaria da Mulher, Família e Direitos Humanos; ECAD (Direitos Autorais); Secretaria de Segurança Pública; Secretaria de Saúde; Polícia Militar; Polícia Civil; Ministério Público; Vigilância Sanitária; Conselho Municipal de Cultura; Conselho Municipal de Turismo; Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural; Guarda Civil Metropolitana; Associação Comercial e Industrial de Pindamonhangaba, dentre outros.
Seria um verdadeiro arrastão?
Sim, sem data anunciada, em diversos momentos de cada mês.
Chega do pensamento, ou conceito, antigo e irrelevante sobre “autuação e multa”. Os infratores não reconhecem esses instrumentos de advertência.
Querem lacração?
Que sejam lacrados, por 90 dias (exemplo) os “fora da lei”.
Mas, e o projeto Antonieta?
Merece ser revisto, ou castrado, nas mentes dos seus idealizadores, para não parecer, meramente, promoção pessoal, como agora é perceptível.
A cidade precisa cuidar de seus pets, mas acima de tudo é urgente resgatar a cidadania de seus contribuintes, cidadãos comuns. A cortina de fumaça, realmente, estaria antonietando a cabeça do povo para desviar algum impacto maior e mais prejudicial aos bolsos ou à história da nossa cidadania?
Para refletir, pois na atual conjuntura nenhum turista recomendaria Pindamonhangaba como bom destino turístico.
Seria a hora de as famílias assumirem seu tempo de exigir mudanças para melhor, com um autêntico panelaço, sem gritaria, com faixas demonstrando insatisfação?
É a minha opinião, devidamente assinada.
Marcos Ivan de Carvalho, Jornalista independente MTb91.207/SP, especializado em turismo; publicitário MTb6631/SP; membro do Conselho Deliberativo dos Municípios de Interesse Cultural e Turístico; Gestor de Turismo pelo IFRJ/MTur/MEC. Filho adotivo de Pindamonhangaba.