Defensor da liberdade irrestrita, Sartre acreditava ser a liberdade o que movia o ser humano. Para ele, “o ser humano é, paradoxalmente, condenado à liberdade”. Somos seres feitos de escolhas. Por mais que eventos externos afetem as nossas escolhas, nós continuamos escolhendo.
Baseados nesse entendimento de
Jean Paul Sartre, mesmo em não conhecendo uma linha de sua obra, muitos humanos
rompem os limites de sua liberdade e tripudiam “no quintal do vizinho”.
No campo da política, em tempos
de competição por cargos de gerenciamento municipal em Pindamonhangaba, ouvi de
um político hoje em destaque a afirmação de ser “Deus quem escolhe os
destinados ao poder”.
Assoberbou-se do poder de maneira
impetuosa, definindo-se como senhor de todas as verdades e que sobre ele
ninguém mais teria poder.
Pretenso praticante da pura
liberdade deixou-se seduzir pela soberba, imaginando lhe ser vantajosa essa
atitude de “tudo ser, nada querer em contrário, tudo poder e nada a ceder”.
É bíblica a verdade: “O orgulho
vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda”. (Provérbios
16:18).
Confirmando a fala popular sobre
“onde houver fumaça, há de haver fogo”, cada um do grupo de fraternos amigos do
gerente, talvez não conhecendo os detalhes das atitudes e comportamentos dos
outros, decidiu exercer um tanto bom da mesma aparente liberdade de ser, para desfrutar
de algum prazer.
De adultos, dotados da mínima
capacidade intelectual em perceberem o certo e o errado, despem-se,
literalmente, de todos os conceitos morais e éticos para “enfiar a cara” numa
viagem pelos meandros do “perigo gostoso de fazer o indevido”.
Brincam de voltar aos tempos de
“meros colegiais” atraídos por olhos, fala e modos femininos capazes de os
tornarem desestruturados da mínima capacidade de discernir entre fidelidade e
periculosidade.
Principalmente quando o agente
sedutor, aparentemente indefeso e possível vítima para a consumação das
extravagantes ideias de poderem ter satisfação pessoal (leia-se sexual) com
mínimo investimento, se torna “a pedra no sapato”, o espinho na garganta,
fazendo “azedar o pé do frango”.
Comprovando a afirmação de um
jovem e conceituado analista político da atualidade, sobre “não haver lealdade
entre os desleais”, a aparente vítima de vorazes lobos bípedes se torna motivo
de verdadeiro turbilhão nas paredes do lar de cada um dos envolvidos nesse
agora público aparente escândalo com pessoas públicas.
O quietismo, originado da célebre
frase proferida por Bernardo VIII, no exercício papal entre 1294 e 1303, acerca
de “quem cala consente”, por meio da qual o religioso estabeleceria o conceito
de quando as pessoas não discordarem abertamente de uma atitude, naturalmente
concordarão com ela predispõe o entendimento sobre o caso em tela.
Assim, quando há silêncio quase
pleno de personalidades envolvidas, com apenas alguns seguidores se sentindo os
supostos verdadeiros protagonistas acusados, a situação passa a se configurar
como “cômica” se não fosse indecente, imoral, absurda!
Para os envolvidos, por conta de
estarem num tempo de corridas politiqueiras, útil lhes é exercitarem o
silêncio, agora já com a panela em ebulição, tentando não perder pontos
preciosos no conceito da opinião pública, apesar de esta já estar com o “picuá”
cheio de palavras embusteiras.
O foco é tentar diluir o risco de
se perceberem sem saída, dessa ratoeira por eles próprios armada, fazendo o
povo acreditar ser tudo fantasia de uma ingênua jovem mulher. Perigosa e
astuta, seria melhor essa definição da “loba ovelhinha”.
Todos os envolvidos, por sua
própria intenção de não perderem vantagens auferidas, parecem descobrir a
necessidade de reflexão. Mas não adianta, o leite já entornou, caso sejam
autenticadas as falas e postagens da parte feminina desse cenário.
Assim, qual é a solução para o
povo não vir a ser mais patrocinador dessa orgia instituída, complicada com o aparente
desrespeito às pessoas envolvidas naquilo denominado, nas redes sociais, como
“relacionamento estável”? As autênticas donas do status de fiéis companheiras,
haja vista a fidelidade ter sido, neste caso, desvinculada do lado sério de demandar
a existência de duas partes sob o mesmo teto, entre quatro paredes?
A solução é uma só: o povo
exercer seu poder de escolha, consciente e livre, para mudar essa situação humilhante,
vergonhosa, triste, pela qual vive nossa cidade.
Acreditar em quem mente ou engana
à própria família é trair a esperança pessoal de podermos dar tempos melhores
os herdeiros de todos nós.
Felizmente, em considerando a
premissa de fogo haver onde fumaça houver e por quem se calar, consentindo
estará, a população é muito mais e melhor esclarecida no tocante ao futuro de
nossas gerações.
Por isso, escândalo ou não,
melhor é decidir pela troca, não apenas substituição.
Tudo será melhor se o 6 de
outubro for o exercício real da liberdade de escolha e não da submissão à desrespeitosa
e prejudicial deslealdade atual.
Marcos Ivan de Carvalho,
jornalista independente, MTb 91.207/SP.